MEMÓRIAS LITERÁRIAS III
A Casa dos Santos Há milhares de anos, o ser humano deixava de lado o nomadismo para se tornar sedentário. Só esqueceram de avisar a minha família, milhares de anos no futuro, que a tendência que possibilitou o desenvolvimento do homem foi se fixar em um lugar. Há um espírito cigano que ronda a minha família há anos. Nasci no povoado Rio Fundo, em Itaporanga. De lá não trago nenhuma memória, a não ser aquelas que me foram contadas por terceiros, e que um dia ainda contarei. Mudei-me para a cidade com mais ou menos um ano de idade e desde então morei em vários lugares e cidades. Fora de Itaporanga, morada pouca. Sempre voltávamos à terra santa. Lembro bem da Rua da Jaqueira, em frente à casa de Adalgiso, onde alguns anos à frente Maninho teria um mercadinho. Ali vivi pouco tempo, mas guardo boas lembranças. A mais marcante foi justamente a minha partida. Era o ano de 1993. Final de 1993. Meu pai vendeu a nossa casa e comprou o que antes fora uma fábrica de flores, em Salgado. Porém...